A Esperança



A Esperança não murcha, ela não cansa,


Também como ela não sucumbe a Crença,


Vão-se sonhos nas asas da Descrença,


Voltam sonhos nas asas da Esperança.








Muita gente infeliz assim não pensa;


No entanto o mundo é uma ilusão completa,


E não é a Esperança por sentença


Este laço que ao mundo nos manieta?










Mocidade, portanto, ergue o teu grito,


Sirva-te a Crença do fanal bendito,


Salve-te a glória no futuro -- avança!










E eu, que vivo atrelado ao desalento,


Também espero o fim do meu tormento,


Na voz da Morte a me bradar; descansa!







Augusto dos Anjos